Infelizmente, temos visto, com cada vez maior frequência, escândalos de desvio de verbas da saúde pública por governantes e funcionários ligados a empresas privadas que atuam no serviço público via empresas terceirizadas e organizações sociais (OSs). Esses roubos atingem diretamente a população, principal prejudicada, pois estão sempre associados ao sucateamento da saúde, que tantos danos causa diariamente àqueles que dependem do SUS. A verdade é que todo movimento que tem como objetivo jogar nas mãos da iniciativa privada a gestão dos serviços públicos é prejudicial e tem como único interesse o favorecimento dos grandes empresários. A escassez de recursos destinados à saúde, o sucateamento dos serviços, a má administração, tudo isso vem acompanhado do discurso de que é mais eficiente o serviço terceirizado ou administrado por uma empresa privada, “sem a burocracia da máquina pública”. Mas, por trás disso, existe a corrupção e o desvio de dinheiro público. Vejamos: Hoje, as OSs recebem mais de um terço dos recursos da saúde no Estado de Pernambuco (dos R$ 7 bilhões investidos em 2022, R$ 2,5 bilhões ficaram com as OSs, segundo dados do próprio portal transparência). Além disso, respondem por muito menos atendimentos e de menor complexidade do que os executados nas unidades de administração direta. Isso porque, fora da transparência pública, existem superfaturamentos, desvios de verba, e, logicamente, o preço a se pagar pela contratação do serviço privado. Vale lembrar que os últimos hospitais do estado construídos com dinheiro público e entregues à gestão privada (descumprindo a deliberação do controle social e a lei orgânica do SUS) tinham como objetivo desafogar as grandes emergências, o que não se cumpriu, comprovando que a administração privada não é mais eficiente do que a pública, como alegam. A realidade dos profissionais de saúde que trabalham nas OSs também é conflitante: apesar dos vultosos recursos recebidos pelas organizações, salários baixos e pagos sempre com atraso são comuns, além do assédio moral e das péssimas condições de trabalho. Por isso, o SEEPE se posiciona contra esse modelo de privatização da nossa saúde. Defendemos um SUS público, gratuito e sob a administração direta do Estado, sem intermédio de empresas privadas. Pelo fim das OSs já!
Utilizamos cookies para fornecer uma melhor experiência para nossos usuários,
consulte nossa
política de privacidade.